A mal –dita, mas sempre atual: Psicanálise
A mal –dita, mas sempre atual: Psicanálise
Desde a criação da psicanálise,por Sigmund Freud,o pensamento humano sofreu uma terrível ferida narcísica.''a representação do ser humano como racional dono de si mesmo,dos seus pensamentos e ações,como também a soberania da vontade estariam para todo o sempre sepultada''.Freud descobre que sofremos por causa de um determinismo psíquico diretamente ligado á estruturação de nossa personalidade;que os sonhos podem ser analisados,que muitas vezes tentamos enfrentar nossos problemas como se fôssemos feitos de ferro ao invés de carne e osso, descobriu a ligação entre várias enfermidades com o mal-estar psíquico e emocional. o mundo jamais perdoou a Freud por ter trazido está má nova!
O sério do homem é feito do mesmo material que uma piada ou um trocadilho. “Quem fala nem sempre sabe o que diz”, e quando diz nem sempre sabe o que fala”; imagine o que estas provocações não proporcionaram ao materialismo cientificista e antropocêntrico da época. O inconsciente dinâmico (freudiano) é sem duvida universal. Quem de nós não sonha, não racionaliza idéias, não comete lapsos de linguagem, não possui manias; quem de nós não se esconde atrás de máscaras que ás vezes nem sabe possuir?
Os leigos acreditam que tudo para a Psicanálise é sexo, que todas as explicações conceituais da teoria da psicanálise dizem respeito ao ato sexual; se esquecem de que o importante é o todo que envolve o sexo, ato sexual é uma manifestação instintiva de todos os animais. Para nós o afeto, a identificação e a repressão no envolvimento amoroso é que pode auxiliar a um entendimento do prazer ou do desprazer de uma relação a dois.
A sexualidade pela qual Freud se interessava não era a genital. Para ele o genital é algo que ocorre só depois, dando significação a um acontecimento da pré – historia do paciente. Freud jamais sugeriu praticas ou técnicas sexuais, disse ou deu a entender que existia além da escuta e interpretação do material do paciente outra forma de trabalho psicanalítico.
A Psicanálise já fez cem anos e vemos cotidianamente seu fim ser pregado e desejado por muitos; muitos que, por medo ou ignorância, distorcem ou deixam de refletir suas pestilentas assertivas e seus explosivos preceitos teóricos. O objetivo fundamental da teoria é o estudo do inconsciente, que, pela própria complexidade, se apresenta de forma encoberta e enigmática.Os avanços da neurociências, da genética, da robótica e o desenvolvimento tecnológico jamais ameaçaram esta talentosa forma de investigação e de compreensão do psiquismo humano. O conflito humano reside na luta desenfreada entre este inconsciente que deseja gozar e as limitações que a sociedade impõe a este gozo. Por trazer uma verdade da qual procuramos nos defender a todo custo, foi chamada por Freud de peste. Peste esta pasteurizada pelos americanos e distorcida pelos que não a entenderam ou temeram entendê-la. O importante é que a prática clinica nos oferece todo o dia a “certeza” de que a peste continua firme e forte, ajudando o homem a descobrir suas máscaras e fazendo-o sobreviver de forma mais lúcida e menos alienada a suas próprias limitações.
As aplicações da teoria psicanalítica atingem todas as ciências, principalmente a Psicologia Criminal. O entendimento da importância de uma família estruturada, do tratamento afetivo e disciplinar na criação dos filhos talvez seja a maior contribuição. Psicanálise não é conversa, mas sim uma profunda reatualização e reestruturação de uma mente que deseja apenas encontrar o seu maior significado: o prazer de viver!
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC
Violência Doméstica
Violência Doméstica
Somos ensinados desde pequeno a confiar no amor ilimitado dos pais; a acreditar que todos eles são capazes de cumprir com a árdua e penosa função materna. Isto, infelizmente tem sido desmascarado cotidianamente pela Psicanálise.
A ciência tem detectado muita violência e muita brutalidade no trato com crianças pequenas, muitas vezes partindo da mãe biológica.
Psicanaliticamente sabemos que para a criança ter um desenvolvimento psicológico sadio e independente é de vital importância que ela introjete o que chamamos de Lei do pai. Esta lei pode ser simplesmente explicada como a introjeção na cabeça do filho(a) pela mãe de que existe outro no desejo da mãe, que é o estrangeiro(pai). Esta introjeção fará com que ele “entenda” que a mãe não se completa com ele, mas que existe outro importante na vida dela. Isto quebra completamente a fusão que afastará esta criança da crença imatura de que mãe e filho se completam.
Criar filhos é muito difícil, amá-los mais difícil ainda. Para se amar um filho é necessário que se tenha sido amado como filho e com isto se ter elaborado o luto de ser
Filho. Para as mães não é diferente. Quantas são desprezadas, abusadas ou invejadas pela própria mãe.A clínica nos traz dois exemplos desta violência praticada na maioria das vezes pelas mães: a síndrome do bebê sacudido e a síndrome de Munchaussen. A primeira se caracteriza pela forma de sacudir com violência. Esta prática pode gerar fraturas que ocasionarão hemiplagia ou até tetraplegia, muitas vezes lesões na coluna, no tórax, no crânio e cérebro. O pior de tudo é que esta pratica da sacudidela violenta é praticado por muitos pais, que por não terem nascido com o dom da paciência, muitas vezes tiveram a sorte de não ter causado um desses danos aos filhos. A segunda é mais complexa e mais patológica. A mãe induz e elabora sinais falsos para que seus filho pareça sofrer de uma enfermidade real.
Infelizmente, a triste verdade é que nem toda mulher nem todo homem estão preparados para criar filhos. Se o pai do garoto o trata com muita violência e muita insensibilidade, e se o convívio de ambos for muito difícil isto pode caracterizar muitas problemáticas psicológicas. Desde o ciúme doentio pela mãe ao sentimento de insegurança do amor dirigido pela mãe ao seu filho. Pode também, demonstrar tanto uma imaturidade como uma psicopatologia. Do lado da mãe ela geralmente recebe desde muito pequenina o ensinamento de que todas as mulheres possuem o chamado instinto materno. Isto, infelizmente é uma mentira. Existem mulheres que possuem outras capacidades, produtivas e criativas, menos à de criar filhos. Seus filhos são jogados em qualquer lugar, ou com qualquer pessoa, só importando o sossego dela. E isto não está ligada somente a sobrevivência, porque muitas só batem pernas na rua, culpar o excesso de trabalho ás vezes não corresponde a verdade. Quantas mães que nós conhecemos, fazem tudo para estar longe de seus filhos.
Muita violência juvenil, muita droga, muito alcoolismo, pode estar vindo de lares onde os pais fazem de conta que são pais e exigem desses filhos educação, equilíbrio e maturidade. Reflitamos sobre a nossa família antes que o crime e a desgraça arrombem nossa porta.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC
O Perigo na propaganda
O Perigo na propaganda
Com o passar dos anos aprendemos a reconhecer o papel influenciador e manipulador da propaganda. Desde a investida maciça e imperiosa do chamado produto americano, nossa propaganda tem se desenvolvido e hoje assume um papel quase de liderança técnica e artística no mundo civilizado.
O papel sugestivo, magnético e determinador de vontades têm seu lado nefasto. Quando há décadas atrás assistíamos aos comerciais de cigarro, principalmente o de uma certa marca que mostrava um cowboy presença fumando um cigarro e tangendo uma boiada, num clima de muita beleza. Nada sabíamos sobre a saúde daquele homem hoje. Um programa de tv, finalmente mostra como ele morreu. Quase que completamente desfigurado de câncer.
No Brasil até pouco tempo atrás remédios famosos eram usados para lembrar outro inventado, tirando ou mudando algumas letras e para o ignorante povo brasileiro, tudo era a mesma coisa, quanta gente foi prejudicada desta forma. O que é que se fez na republiqueta contra estes falsários? NADA
Alguém poderia argumentar: o povo é livre para consumir o que quiser. Será que o nível educacional e cultural do nosso povo aceita tamanha insensibilidade? Será que “aqueles” que elegemos e vemos enriquecer da noite para o dia, não possue a mínima responsabilidade de analisar estes produtos, averiguar sua eficácia ou a origem destes laboratórios. Ou simplesmente se o material que constitui este remédio não está proibido em países civilizados?
Remédios para emagrecer já demonstraram conter muitas vezes substâncias perigosas à saúde. Chás, sucos, comprimidos ou até máquinas que proporcionam um corpo perfeito em poucos dias é o mais comum na tv. Justamente televisão veículo de massa mais consumido pelo povo. Você senta na tv e de repente aparece uma bela mulher magra e saudável, dizendo que aquele produto a fez perder n quilos em n dias. Alguém que esteja assistindo mas que seja esclarecido vai procurar um médico e saber sobre este produto. No entanto para o ignorante, apareceu na tv é bom. Aí é onde está o perigo. Se este remédio não prestar ou se o organismo deste paciente tiver alguma predisposição a algum componente desta droga? Ou ainda se este paciente tiver alergia a algum componente desta droga, quem pagará por isto?
Muito vício, muito desequilíbrio e muita dependência se dão inclusive pelo uso sem critério e sem conhecimento de substâncias, pregadas como panacéias, mas representantes portas abertas para uma dependência química e muitas vezes com comprometimento psíquico.
Cuidado com promessas criminosas e inverossímeis. A perda de peso precisa de um acompanhamento médico/psicológico. Drogas que prometam no mínimo de espaço de tempo tirar sua gordura podem fazê-lo, mas retirando também substâncias essenciais para o bom funcionamento do seu organismo.
Exercícios físicos, uma balanceada alimentação e muito sexo podem proporcionar a todos nós, saúde física, mental e espiritual. Lembre-se que o EGO é antes de tudo corporal.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/ Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clínica / Escola do CESMAC.
Transexualismo
Transexualismo é uma desordem pouco comum, na qual alguns sujeitos anatomicamente normais recusam, de modo explicito, o sexo e a identidade civil que têm de serem homens e mulheres. Alguns pesquisadores acreditam em causas psicológicas, outros em causas biológicas. O pensamento cientifico atual tem considerado o somatório de ambos os fatores como sendo o que mais explicaria o fenômeno.
Segundo Robert Stoller: “Esta estrutura de caráter aparece de forma quase completa e inalterável por volta dos primeiros anos de vida.”Observou que, por volta do primeiro ano de vida, ele desenvolverá as raízes fundamentais e aparentemente inalteráveis de sua masculinidade ou feminilidade.
A criança transexual começa a mostrar sua extrema feminilidade por volta dos dois a três anos, embora os primeiros sinais possam aparecer até mesmo no primeiro ano de vida. Á medida que a criança cresce, sua feminilidade floresce encorajada pelos pais, especialmente pela mãe que, as vezes, parece não “enxergar” e afirmar abertamente a satisfação e a alegria de ver o filho vestido com roupas femininas e dizendo que quer ser menina. Que estrutura de personalidade “teria” uma mãe que reage com tanta naturalidade a um acontecimento tão atípico como este?
Robert Stoller também observou que, apesar de o travestismo ser uma atividade preferida e deleitosa, não é uma experiência erótica para esses meninos. O vestir-se de mulher não provoca excitação nem ereção do órgão genital, nem outras evidências de excitação sexual. Eles raramente se masturbam, procuram sentar-se para urinar para urinar como mulheres, muitas vezes escondem o genital entre as pernas enquanto andam nus pela casa. Muitos, raramente se entregam às relações sexuais, e a maioria afirma ter poucas ereções e orgasmos por ano. Para Stoller, a bissexualidade dos transexuais consiste: neles serem homem anatomicamente normais, reconhecidos por todos desde o nascimento, os quais nos primeiros anos de vida já apresentam um comportamento feminino.A sensação de ser profundamente feminino no coexiste com a consciência do fato de serem homens. Como adultos tentam de todas as maneiras mudar de corpos,buscam ser reconhecidos como mulher divina. O ideal buscado é o da completude da unidade total, ser uma beleza incompatível, a perfeição absoluta. A convicção do transexual e a rejeição de sua genitália o levam a mastectomia, uma pan-histerectomia, aplicação de silicone e de hormônios femininos. Tudo para parecer cada vez mais com “este” ideal de beleza feminina que ele tanto deseja.
Todos essas tentativas só reforçam o delírio e a confusão entre o órgão genital masculino e o FALLUS. A cirurgia de mudança de sexo se transforma na única alternativa pelo horror que sentem diante da sexualidade. Um paciente pode, pós operatoriamente, descobrir que cometeu um erro do qual não pode retroceder. Geralmente, é a partir deste engano que vemos aparecimento de psicoses, neuroses, depressões, tentativas de suicídio, criminalidade e prostituição; como também complicações médico-legais. Este tipo de cirurgia, também chamada de Reatribuição sexual, deve ser recorrida só após uma avaliação criteriosa de uma equipe multiprofissional formado por psicólogos, psiquiatras, neurologistas, endocrinologistas, geneticistas e cirurgiões. O importante é afastar qualquer possibilidade de que o paciente seja portador de alguma doença mental.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica da FAL, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.
franklin.bezerra@hotmail.com
Tipos curiosos de caráter
Tipos curiosos de caráterA clínica psicanalítica possibilita um convívio cotidiano com tipos curiosos de
caráter. O trabalho de reestruturação é um trabalho difícil e só atingirá o sucesso se as partes: analista/paciente assim o desejarem.
No trabalho analítico nos deparamos com três tipos singulares de caráter: exceções, arruinados pelo êxito e o erotômano.Estes dentre outros são a meu ver os mais impressionantes. Exceções representam o comportamento de algumas pessoas que alegando terem sofrido em demasia, reivindicam privilégios especiais.Esta alegação significa uma afirmação de que o sofrimento existencial desta pessoa faz dela alguém especial.
O trabalho clínico que proporcionará ao paciente possibilidade efetiva de caminhar com seus próprios pés, de conviver com suas potencialidades e suas limitações, de ser tolerante nas relações interpessoais e junto com o analista finalizarem seu processo de análise, fica comprometido com este tipo de caráter. Passamos uma grande parte da nossa vida construindo uma imagem social, que às vezes representa pouco daquilo que somos ou que podemos ser. Muitas vezes esta imagem social representa uma forma de convivermos com aquilo que somos, mas não sabemos, outras vezes representa uma fuga do que somos por não termos coragem de aceitar que somos. Outras vezes nos fechamos para novas experiências com medo de que situações novas nos desestabilizem.Este tipo de caráter por se posicionar como vítima, pode começar a exigir compensações e consolos que inviabilizariam completamente seu progresso e seu crescimento como pessoa.
Outro tipo pitoresco é o arruinados pelo êxito. Este caráter se manifesta pelo adoecimento do paciente quando alcança o tão anunciado e tão proclamado sucesso. Como exemplo poderíamos citar alguém que passa toda a sua vida lutando para conseguir uma posição profissional privilegiada, ou alguma realização financeira imensamente desejada; no momento que esta ocupa este lugar ou esta posição ela adoece e se fragiliza, dando a entender que a felicidade em alcançar tão sonhado objetivo se torna intolerável. O êxito e o sucesso para este caráter é motivo para desequilíbrio e patologia.
Percebam nestas apresentações de caráter que não possuímos o tão sonhado controle de nossas mentes, tudo não passa de uma ilusão. A mente tem uma lógica própria que muitas vezes nos choca e nos faz lembrar a sofrida ferida narcísica sofrida pelo homem ao entrar em contato com a assertiva freudiana: “O homem não é senhor de sua própria mente’”.
De todos os citados, talvez, o mais complexo seja o caráter erotômano.
Neste a pessoa tem a idéia fixa de que todo o mundo a ama. Todo o amor do mundo deve ser dirigido a ela e quando isto não acontece se sente roubada. Por fazer parte de um delírio onde a certeza e não a hipótese de certeza está presente, reações agressivas podem ser deslocadas contra quem “nega” este amor. Imagine que sofrimento para esta pessoa que acredita que todo o amor do mundo lhe pertence, vivendo num mundo onde às vezes, pessoas mais próximas nos invejam, conspiram e não toleram nosso bem estar, esperando uma possibilidade de ver a nossa ruína. Deixo para a reflexão dos senhores é que ninguém pode ser impecável ou perfeito, devemos é nos assumir como criador de nossas próprias escolhas e pagarmos o preço por elas.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.
Quando à vítima é a criança
Quando à vítima é a criança
Os Psicólogos que trabalham com saúde mental, estão cientes da dificuldade psico-emocional que o casal enfrenta ao lidar com separação e divórcio. A perda do vínculo, ou a necessidade desse vínculo pode debilitar a estabilidade psíquica de ambos ou apenas afetar uma parte deste casal. A parte mais afetada ou mais ofendida geralmente se manifesta de forma desequilibrada e muitas vezes psicopatológica. A dor sofrida, a frustração, o medo de enfrentar uma nova relação, o costume do convívio com àquele parceiro, as inseguranças muitas vezes existentes antes da relação marital pode proporcionar um desejo de vingança e de destruição total da imagem e da vida do parceiro. Muitas vezes a estratégia é programar os filhos para que odeie e se separe completamente daquele que apartir desse momento se tornará o inimigo número um da família; geralmente o pai( genitor alienado)
Estamos diante de um problema serríssimo que na maioria das vezes comprometerá a saúde mental desse filho(a) ou produzirá nele seqüelas penosas que o acompanharão por toda a vida. Convivência familiar equilibrada é tudo que filhos de casais separados necessitam para elaborar este luto existencial.Quando isto não acontece por uma convivência tóxica( deficiente) entre os pais separados, este filho(a) poderá ser usado como manobra, ou como ferramenta para esta vingança. Fazendo-o ferramenta passional de um jogo que o prejudicará psicologicamente e o fará pagar um preço por ter se posicionado contra alguém que nem sempre é detentor de todos os adjetivos maus a ele atribuído.
Estamos falando da síndrome da alienação parental que nada mais é do que o uso dos filhos como massa de manobra para uma vingança na maioria das vezes desproporcional e debilitada psicologicamente de sentido. É programar os filhos para que odeiem seu genitor alienado mesmo que não existam razões verdadeiras e compreensíveis que façam deste genitor alienado um perigo ou uma ameaça para o convívio. .
Muitas dessas crianças ao invés de serem protegidas e tratadas com muita compreensão e carinho, são usadas para que o genitor alienado (pai) sofra ou não consiga cumprir com o seu papel importantíssimo de cuidar dos filhos independente de estar separado da genitora. Estas crianças quando chegam a uma maioridade constatam que foram cúmplices de uma trama de ódio que apenas visava destruir um dos genitores, mesmo que fossem ditas mentiras e falsidades que não correspondessem à realidade dos fatos.
. Claro que sabemos que a ruptura de uma relação pode acarretar muito sofrimento e fazer com que o parceiro que se sinta penalizado ou rejeitado se manifeste de forma irracional. O que não podemos é deixar de levar em conta que esta problemática pode ser sofrida por alguém que neste momento tão dolorido e indefeso esqueça que a saúde mental dos filhos possa sofrer danos irreparáveis. São observados transtornos de identidade e imagem, depressões melancólicas, comportamentos anti-sociais, isolamento e dificuldade de relação interpessoal, alcoolismo e toxicomania. A culpa punirá estas crianças futuramente pela participação neste jogo de intrigas semeado única e exclusivamente pelo desejo de se vingar do parceiro.
È papel do Psicólogo jurídico analisar os pais desta criança e descobrir se existe fundamento nas críticas odiosas e fatais direcionadas ao genitor alienado.Ás vezes, elas tem fundamento e representam a verdade sobre a personalidade do genitor alienado. Outras vezes elas apenas representam a nossa dificuldade de ver o antigo parceiro numa qualidade de vida melhor do que quando vivia conosco.
Franklin Barbosa Bezerra - Psicanalista e Psicólogo jurídico
Supervisor da Clínica- escola do CESMAC e prof. de Psicologia Jurídica e Psicopatologia II
Ciúmes: uma maldição inevitável
Dentro de todas as apresentações passionais da natureza humana, o ciúme talvez, seja a mais criminógena. A intensidade e a representação dele como causa de desprazer é que vai definir seu potencial agressivo e destrutivo.
A passionalidade é a manifestação mais perfeita da nossa instabilidade psicológica e a certificação de que fomos mal fabricados. Ela tanto pode ser exteriorizada dentro de limites toleráveis, quanto de manifestações puras de barbárie e relacionamentos sociais caóticos e irracionais. O ciúme é talvez o mais estudado hoje em dia. Todos os seres humanos possuem. Claro, em intensidades diferentes e com objetos( pessoas e coisas) diferentes. Tenta-se colocar o ciúme como característica de insegurança e imaturidade, mas o que comprovamos com a prática é que ela é muito mais do que isto. O ciúme normal existe em todas as pessoas, pois está ligada ao complexo de Édipo.A manifestação patológica deste ciúme é que representa um objeto de estudo difícil e enigmático.
Freud citava o ciúme patológico como exagerado e representando a projeção das próprias traições reais ou fantasiosas sobre o parceiro. A Psicologia criminal tem se deparado com o poder nefasto desta paixão como alimento inesgotável para a passagem ao ato criminoso cometido por personalidades psicopatológicas psicóticas ou não. O famoso delírio de ciúme, presente em quase todas as psicopatologias e homicídios praticados todo os dias é uma prova incontestável de que o ciúme é uma manifestação passional presente em toda a humanidade e sua ação criminal vai depender do comprometimento ou não das faculdades mentais da pessoa.
È possível não ter ciúmes? Achamos que quanto mais o objeto do ciúme for importante para nós, mesmo que este importante não seja bom para nós e que saibamos disto, a presença do ciúme é inevitável. O potencial criminal e a capacidade de matar por ele, serão diretamente proporcionais ao nível de saúde mental, e a presença de equilíbrio psicológico. Não nos esqueçamos de que pouco sabemos sobre nós e por mais que achemos que somos estáveis emocionalmente nos deparamos com fragilidades jamais imaginadas. Psicopatologias como a Paranóia, o Alcoolismo e a toxicomania são as campeãs junto com o transtorno afetivo bipolar na origem dos mais complexos e brutais crimes contra a pessoa humana. Os pacientes de tais patologias desenvolvem uma certeza de traição tão poderosa que passam a criar estórias de que são traídos tão bem elaboradas que ás vezes o profissional se obriga à uma investigação profunda e criteriosa que comprove o engano e o delírio fabulado.
Nas avaliações psicológicas de homicidas passionais o profissional tem de possuir uma estruturação psicológica onde o luto da traição pelo menos esteja bem elaborado. Pois ele corre o risco de se identificar ou com a vítima agredida ou executada ou com o agressor que talvez, simbolicamente, represente o seu próprio desejo inconsciente de revanche de uma traição sofrida no real ou no imaginário.
Muitas vezes fazer ciúme é uma forma de demonstrar inseguranças e fragilidades. Muitas vezes é um grito de alerta para a ebulição de alguma psicopatologia grave. Devemos ter muito cuidado com esta paixão. Ela tanto pode demonstrar meu medo em perder algo que eu tenho e muito prezo, como pode manifestar meu desequilíbrio e minha ausência de auto conhecimento. Aos ciumentos de toda parte um lembrete: Quem ama não mata; mas nunca acredite nisto!.
Franklin Barbosa Bezerra - Psicanalista e Psicólogo jurídico
Supervisor da Clínica- escola do CESMAC e prof. de Psicologia Jurídica e Psicopatologia II
Preconceito
Preconceito
Esta modalidade de atitude frente a algo ou alguma coisa que às vezes até desconhecemos é quase sempre criminógena.
Vivemos num mundo tão hipócrita que muitas vezes afirmamos que não o temos, mas nosso corpo, nossos tropeços e nossas incoerências confirmam o tempo todo sua existência em nossas vidas. O problema não é deixar de tê-lo, já que isto é impossível. O importante é sua gradação e sua intensidade dentro de nós.
Quando vemos o nosso país nos deparamos com ele manifesto de forma covarde e ignorante. O preconceito racial no Brasil é camuflado, ridículo e incoerente.Os primeiros brancos que formaram o povo brasileiro quase que em sua maioria eram marginais, criminosos que vieram para o Brasil como única condição de não ser executado,nossas primeiras branquinhas eram em sua maioria putanas do reino de Portugal. Depois é que Portugal manda um navio de moças virgens para tirar da cabeça dos colonizadores portugueses as belas e faceiras índias e negras que tanto os fascinavam.
Com isto não estou desmerecendo o papel da raça branca no Brasil, estou apenas colocando os nossos primeiros brancos, vindos quase sempre da parte norte de Portugal e dos presídios no seu devido lugar. No Brasil a raça negra apresenta várias apresentações: temos os morenos os cafuzos os mamelucos todos negros na raça e cria deste país absurdo que ainda não conseguiu gostar de si mesmo.
O preconceito é algo tão psicopatológico que parece que tira nossa razão e altera nosso juízo. Outro tipo de preconceito letal é a homofobia (fobia aos homossexuais), que
representa outro objeto de projeção para atitudes persecutórias criminosas. Os psicanalistas têm descoberto na clínica a origem da homofobia em desejos reprimidos e dificuldades de se lidar com a verdade dos desejos. A relação de destrutividade entre agressor e agredido, na maioria das vezes simbolizando a dificuldade do homem de lidar com o que deseja, mas não assume. Agredir o outro simplesmente porque ele faz o que você gostaria de fazer, vive o que você gostaria de viver é provar a assertiva maior de que: Quem vive bem sua sexualidade, aprende a respeitar e entender alguém que vive algo diferente da sua, sem sentir necessidade de destruí-lo.
Finalmente o preconceito pelos portadores de doença mental. Doença mental não é crime, é condição de vida.A sociedade deveria se envergonhar do descaso e da falta de atenção que é dada a estas pessoas que lutam por um espaço digno para sobreviverem. Viver sem preconceito é reconhecer que somos diferentes, temos deficiências, fragilidades e que de perto todos temos traços psicopatológicos. Deixemos de lado a estúpida e fabricada frase: Somos imagem e semelhança de Deus e nos conscientizemos de nossa fragilidade patética e de que somos imperfeitos e despreparados. Necessitamos acreditar num mundo ideal, num futuro feliz e gratificante para conseguirmos sobreviver ao nosso mundinho sombrio e caótico.
Vamos tentar lutar contra o poder nefasto do preconceito, que tanto nos atanaza e nos faz sofrer. Parafraseando um ousado dramaturgo brasileiro que ao perder um irmão vítima do preconceito vocifera: O preconceito é a anti-câmara do assassinato. Aos preconceituosos de carteirinha meus pêsames e um péssimo ano novo.!!!!!!
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Clínica-Escola do CESMAC Prof. de Psicologia Jurídica e Psicopatologia II.
S.O.S saúde mental
Muitos estudos e muitas pesquisas já existem sobre o tema doloroso das psicopatologias.O que iremos tentar demonstrar é que saúde mental é algo muito mais simples de se entender. No entanto dizer que é mais simples não quer dizer que seja mais fácil ou menos doloroso.
O desenvolvimento psicoemocional e afetivo é o único caminho para chegarmos á saúde mental, nem sempre inconscientemente desejada por todos.
Como se desenvolver livre, criativo e progressista num mundo conformista e alienado como o nosso?Como conquistar nossa independência psicoafetiva sem arriscarmos nossa segurança conquistada sob o ferro e o fogo de nossas idealizações?
Parece que esta independência nos aproxima do risco, quase sempre desejado, mas quase sempre temido.
A posição conformada e resignada nos protege temporariamente deste risco.Mas se este risco se tornar a única possibilidade de gozarmos, lutemos por ele!
Devemos buscar à verdade dos nossos próprios desejos, exercer o direito de não ser mais um na multidão de alienados que nos cercam.
Saúde mental é viver nossos sonhos e deles se alimentar, é criar meios para que eles se realizem.Devemos como ponto de partida a análise crítica de nós mesmos.De analisarmos do todo que exteriozamos o que nos pertence, o que tem a ver com nós ou o que simplesmente copiamos dos outros.
Saúde mental é tão simples e ao mesmo tempo tão complexa.Só tomando consciência das forças que agem sobre nós poderemos alcançar à liberdade máxima como ser humano.
Só poderemos viver à saúde mental se compreendermos as necessidades específicas originadas das condições da existência humana.Se entendermos amor e ódio não como impulsos contraditórios, mas sim respostas á estas necessidades específicas do homem de transcender a sua natureza animal.
Ter saúde mental num mundo tão doente, tão cruel e tão desumanizado é possível?
O homem só será saudável, equilibrado e criativo através da cooperação, da fraternidade e da vivência cotidiana de uma sexualidade plena e afetiva. Não me refiro a felicidade fantasística, esta, um estágio imaginário só possível nos nossos mais secretos sonhos.
Falo dos breves e fulgazes momentos felizes, até porque nós psicanalistas sabemos que nosso aparelho psíquico não suportaria tanto prazer.
Quanto mais buscarmos fora e não dentro de nós o sentido de nossa vida, está afastada a possibilidade de mesmo nesse mundo doente chegarmos a vivenciar á única coisa que vale a pena realmente lutar que é a nossa saúde.
Saúde mental é amar a nós mesmo, é lutar para que este amor seja operante no sentido de promover um crescimento existencial e afetivo satisfatório.È sentir dentro de nós que o mais simples deve ser sempre o mais importante. É fazer acontecer mudanças realmente significativas em nossa vida é assumirmos o perigo e a solidão de nossa singularidade.Ter saúde mental é lutar pela integridade psíquica mesmo pagando o preço de não ser submetido e alienado pela ilusão da felicidade.
Franklin Barbosa Bezerra Psicanalista-Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC
Serial Killer: Monstruosidade ou Patologia
Serial Killer: Monstruosidade ou Patologia
Atualmente a mídia tem se deparado com casos criminais que evidenciam a existência de “seres humanos” que são capazes de atrocidades e crueldades, contra seres indefesos ou que jamais viram ou conviveram. Muitas vezes são criminosos que aparentemente convivem satisfatoriamente em sociedade, nunca cometeram nada que os dasabone ou os coloquem como suspeito de possuírem uma personalidade cruel ou dissimulada. Encontramos outros que parecem implodir numa fúria cega e destemida; tamanha violência e brutalidade que até aos mais próximos fica difícil de acreditar; estamos falando da personalidade criminal conhecida como Serial Killer. Esta personalidade geralmente é difícil de diagnosticar pois apresenta um comportamento hominicida brutal geralmente imotivado. Existem muitas formas de destruir alguém, formas muito mais cruéis do que assassinato, mais o que mais nos chocamos é a passagem ao ato na forma homicida, quando isto acontece, necessitamos avaliar se o homicida é organizado mental ou portador de alguma doença mental.
Existem patologias mentais que podem estar por trás de um serial killer, como certos tipos de esquizofrenias, psicose paranoide, ou também para alguns a epilepsias condutopática; no entanto, por mais difícil que pareça, a maior parte deles não possui nenhuma doença mental, são seres organizados mentalmente, não apresentam o que mais caracteriza as doenças mentas, que são as alucinações e delírios, apresentam geralmente ausência de afeto e senso moral, um caráter exibicionista, calculista e manipulador.
São verdadeiros mestres da camuflagem, são meticulosos e ardilosos na execução do crime e na ocultação de evidencias que possam prejudicá-los; tudo isso por que são afetados por algo que sempre nos denunciam: a ansiedade antecipada, vulgarmente falando, são frios o suficiente para serem interrogados e acusados por algo que sabem que cometeram mas que não manifestam nenhuma emoção. Geralmente apresentam uma incapacidade de autocrítica e uma forma amoral de julgar normas e códigos sociais; são extremamente otimistas e sedutores.
O poder de sedução é sentido através da identificação que muitos sentem por estes tipos; por que será que muitos serial killers possuem um fã clube tão apaixonado e fiel? Por que recebem tanta proposta de casamento? Por que alguns são protegidos e defendidos por cidadãos acima de qualquer suspeita?
O importante é que não esqueçamos de que o serial killer organizado mentalmente é um ser anti social sem necessariamente apresentar uma conduta antisocial. Eles precisam para ser aceito de um comportamento social que não os denigra, pelo contrario, precisam ser vistos como educados bons vizinhos, às vezes até bom pai e um bom marido, tudo faz parte da camuflagem. Todas as profissões estão cheias destes seres humanos, eles estão em todo lugar, o que constantemente os denunciam é a aversão que manifestam contra figuras de autoridade, códigos sociais e normas de convívio social.
Só são corretamente diagnosticados se passarem por avaliações psicológicas e psiquiátricas precisas, muitas vezes necessitando também de uma analise neurológica.
Apesar de inúmeras tentativas de encontrar sua origem na genética, os cientistas têm reconhecido que a origem está mais ligada a uma dinâmica afetiva familiar deficiente, a muita indiferença e muita violência familiar. Apesar de possuírem, desde que organizados mentalmente uma criatividade, muito ritualismo e muita capacidade para ocultar provas, quando os órgãos de segurança se empenham na sua caça eles são presos; eles só não serão capturados se alguém que se destinou a procurá-los não consiga vencer a identificação com eles ou com o que eles fizeram.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.
O mundo sombrio das Depressões
O mundo sombrio das Depressões
Não pretendo com este artigo me aprofundar neste tema enigmático e doloroso, pois seria preciso vários artigos e muita reflexão pra que chegássemos a um mínimo entendimento do que é e do que representa esta problemática cada vez mais comum na modernidade.
Primeiramente, quero manifestar minha opinião de que independente do tipo de transtorno ou patologia que esteja por trás da depressão o apoio psicoterapeutico é imprescindível
Viver é um contínuo exercício de elaboração de luto.Estamos sempre nos frustrando, sendo passado para traz, perdendo pessoas significativas ou objetos que quase sempre representam muito para nós. Se nosso eu não conseguir nos defender do desprazer que essas perdas nos proporcionam ou pelo menos minimizar esse sofrimento poderemos sucumbir a um processo depressivo.
Sabemos que na maior parte das vezes quando a depressão não esta ligada a uma psicopatologia ela representa uma reação a algo vivido de forma traumática. Quando ela significa uma reação a uma situação conflituosa existencial, a um mal estar vivido com muito sofrimento afetivo, cuja consciência do sofrido se torne intolerável, chamamos de Depressão neurótica. Claro que isto não é facilmente enxergado, só com um processo de investigação psicológica que permita que o paciente entenda que existe a ligação de um episódio penoso por ele vivido e o desencadeamento da depressão. Neste caso o sucesso da psicoterapia será o máximo, pois geralmente nestes casos não se verifica a presença de fatores bioquímicos que alimentaram o episódio. Também chamamos de depressão circunstancial ou neurótica. O prognóstico é bom se o paciente tomar consciência do(os)
fatos importantes que o levaram a adoecer.
Outro tipo com maior dificuldade de tratamento são as depressões que acompanham as patologias mentais.Chamamos de Depressão endógena e verificamos nestas a presença
De fatores bioquímicos que alimentam e dificultam seu tratamento. Ela aparece nos processos psicóticos, nos distúrbios bipolares e de personalidade múltipla, na melancolia
e em alguns transtornos de personalidade. Para o leigo o mais importante é que ele saiba que existe medicamentos que auxiliarão no tratamento e minimizarão o sofrimento sem na maior parte dos casos curar.
Este mal pode estar por traz de mais de 780.000 óbitos por ano no mundo. Geralmente esta taxa altíssima de suicídio poderia ser diminuída se valorizássemos mais a queixa dos pacientes e assumíssemos uma postura menos indiferente ao paciente deprimido.
O sofrimento do deprimido só é devidamente avaliado se o profissional já foi vítima dele.
ou tem sensibilidade para entendê-lo. O mundo atual se apresenta como uma fábrica de depressão. O corre-corre diário, os rituais enfadonhos de sobrevivência, as frustrações afetivas na relação interpessoal, as expectativas infantis de que somos feitos de ferro ao invés de carne e osso. O limite do homem é sua própria humanidade; tentemos apenas encontrar uma forma mais prazerosa de viver, sem exigirmos mais do que temos para dar e deixando de esperar dos outros aquilo que nem possuímos.
Muitas vezes a cura pra muitos tipos de mal, principalmente a depressão, pode estar numa boa prática esportiva, numa investida amorosa ou numa balada telúrica nos sábados à noite. Pense no mais simples e descobrirá que talvez a cura esteja dentro de você. Descubra o mais depressa possível e seja feliz, pelo menos até que vida lhe apronte mais uma.!!!
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC. .
Violência Urbana
Violência Urbana
Os atos de violência, como são os assaltos, estupros e os seqüestros relâmpagos têm um poder nefasto no equilíbrio mental das vítimas; existem autores que os comparam à uma espécie de câncer da mente.Quando pessoas são atingidas por estes atos, elas geralmente vivenciam uma situação conflituosa de perder a confiança e a segurança naquilo que faziam,desenvolvem uma insegurança e um medo exacerbado de continuar produzindo, trabalhando e ao mesmo tempo de viver situações de prazer que faziam parte do seu cotidiano.Imagine o que representa para os pais a ida de um filho (a) para uma boate depois daquela onda de violência e brutalidade que todos assistimos?Imagine as famílias que perderam ou quase perderam seus filhos em episódios semelhantes?
Para muitos essa violência é fruto do desemprego,das diferenças sociais,dos preferimentos e dos preterimentos sociais,para outros ela é fruto da impunidade proporcionada pelas ingerências políticas,pelos apadrinhamentos políticos que protegem seus afilhados de receberem a penalização devida;alguns atribuem apenas fatores biológicos à gênese destes absurdos sociais.Mas afinal, o que explicaria o fenômeno nefasto da violência urbana?
Será que, se somando a tudo que foi apresentado não encontraremos a célula tronco de toda esta calamidade.A desesperança.
Vivemos num país que não valoriza a honestidade, a dignidade e a integridade.O brasileiro sofre a cada dia para sobreviver ao desemprego, aos altos impostos, aos baixos salários e cotidianamente se submete a trabalhar quando encontra e quando têm saúde para isto, os três horários para poder pelo menos sobreviver nesta ciranda cruel de tanto esforço e pouca condição de vida.A meu ver todos que realmente trabalham no Brasil sofrem desta angústia e deste temor.Por outro lado suportam as injustiças de um país que não teve coragem de submeter à votação uma lei que taxe as grandes fortunas, mas que submete aos que tentam produzir elevados obstáculos tarifários; não vemos ser cobrado quem enriquece da noite para o dia,a publicidade nos excita diariamente ao consumo de coisas impossíveis para um salário tão pobre; a ostentação de bens de valores por sua vez atrai a cobiça e a inveja de mentes que não aceitam a impossibilidade financeira de não ter aquele bem.
Devemos entender a violência urbana como proveniente de inúmeros fatores, como: biológicos, culturais, psicológicos e financeiros, mas a segurança pública é da nossa responsabilidade, ela se fará a medida que escolhermos bem nossos representantes,que nos conscientizemos do valor de nosso voto,da conscientização de que muitos que depositamos nossa confiança não tem estrutura para ser poder,não possue, muitas vezes um equilíbrio moral para exercer determinado poder,existem pessoas,até mesmo vizinhos nossos que muito nos divertem numa mesa de bar,numa festa,mas que seria uma catástrofe dar a ela o poder de decidir por nós e para nós.
A violência urbana só vai ser combatida de forma eficaz, se escolhermos bem aqueles que exercerão poder de mudar verdadeiramente a realidade política e financeira do nosso país.Reflita, sobre suas escolhas, e pense que o extremo da violência é o caos e isto é algo que atingirá todos nós, sem que tenhamos como hoje a chance de reverter progressivamente esta cruel e perversa realidade que vivemos. Diga não a impunidade, venha de onde vier; atinja quem tiver que atingir, puna quem tiver que punir.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC. .
Biofilia
Biofilia: Uma ode a vida bem vivida
O instinto de vida e o instinto de morte Fazem parte da chamada biologia normal da espécie humana.Entre eles é travada uma batalha cotidiana para que um se signifique mais que o outro. Isto quer dizer que todos possuímos. O que fará que um deles seja mais poderoso do que o outro, que determine comportamentos “bons” e nos proporcione uma tendência criativa, produtiva ao invés de destrutiva e improdutiva é a dinâmica afetiva familiar equilibrada, repleta de liberdade, ternura e disciplina.
O amor à vida é por demais contagioso, ele se comunica além-verbal, ou seja, o olhar, os gestos, a coerência postural pode ser decisiva na introjeção e incorporação desse amor pela criança.
A biofilia é uma manifestação de equilíbrio psicoemocional, é uma prova de que possuímos uma estrutura sólida e capaz de combater toda a destrutividade que possuímos nos nossos porões da mente. Tudo que presta e também o que não presta faz parte da natureza humana.
Tentamos freneticamente encontrar o mal fora de nós e infelizmente nos deparamos com ele dentro e muitas vezes juntinho de nós. Não nos esqueçamos de que cada vez mais o homem se diverte com a miséria dos outros, naturaliza a violência e assume uma postura quase anafetiva em relação ao sofrimento alheio.
Os programas de auditório estão cheios de humilhação e de agressões que na minha opinião são fabricadas, mas que conseguem uma audiência cada vez maior. Os programas policiais usando músicas sensibilizadoras oferecem um universo de carnificina e cenas terrorríficas ao nosso minguado almoço. Psicanalistas têm estudado como é nefasto para a saúde mental, assistir filmes, documentários ou programas que contém cenas de morte ou sofrimento nas horas de dormir ou de nos alimentarmos; esta hora é de suma importância a existência do mínimo de estímulos negativos e penosos, pra que possamos viver o prazer desses momentos vitais para nossa saúde.
A modernidade tem demonstrado que a nossa sociedade é cada vez mais refém do desprazer e da ode ao sofrimento.Milhares de pessoas vivem existências enfadonhas e tediosas, onde o prazer de viver é tão negado que nada as excita mais do que asssistir programas sobre violência, ler a respeito de mortes, de acidentes, ou de doenças malignas.
Ter uma atitude biofílica é se posicionar a favor da paz do crescimento da liberdade e da vida. È enfrentar os desafios com determinação e garra. Mesmo sabendo que na nossa republiqueta de bananas o corrupto, o escroque e o prostituto do poder tem mais condição de chegar ao sucesso do que o trabalhador sério e digno.
Não desejo aconselhar ninguém, só peço que você reflita sobre seus valores, seus objetivos e suas metas. Não perca de vista a imensa importância que a sua opinião e o seu entendimento tem e como pode ajudar a você e os outros. Amar a vida só é possível quando amamos a nós mesmos. Ame-se, curta-se e procure viver intensamente seu dia, porque talvez, além de hoje você não tenha outra chance. Não se esqueça de que sua única culpa é se sentir culpado.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.
Anorexia
Anorexia Nervosa
Vivemos num mundo onde valores estéticos nem sempre são possíveis para todos acompanhar. Talvez o mais difícil deles seja a moda. As exigências que ela traz, os modelos nem sempre são conseguidos por todos. A titânica ditadura da magreza é um grande pesadelo para aqueles que por problemas endócrinos, por problemas ligados à ansiedade ou a solidão, ou simplesmente por herança genética não conseguem atingi-la.
Neste universo de vontade e desejo nos deparamos com um transtorno alimentar gravíssimo
Chamado de Anorexia. Psicanalistas têm estudado esta psicopatologia e tem verificado detalhes bastante significativos entre esse transtorno e auto-estima, independência e dificuldade do paciente em lidar com sua autonomia.
Tem se descoberto a presença de muito sentimento de culpa que inevitavelmente afetará o relacionamento entre o paciente e seu corpo. Não nos esqueçamos da assertiva maior de Freud: O ego é antes de tudo corporal.
O ideal de magreza é muito forte em nossa cultura. É preciso que uma pessoa que se sinta gorda, quando uso o termo sinta me refiro à visão do paciente dele sem a influência do preconceito e do modismo.Se o indivíduo não tiver muito amor próprio e muita estima não conseguirá resistir as pressões que exigem que ela seja magra.
A anorexia é um problema predominante feminino, apesar de encontrarmos homens anoréxicos. Existem famílias que estimulam a magreza e deixam até de enxergá-la quando ela se apresenta de forma extrema.Por mais que existam padrões que sirvam de paradigma para o peso/altura vemos muitas vezes moças definhando sem que chamem a atenção daqueles que convivem diariamente com elas.
Muitos estudiosos aceitam a possibilidade de mulheres anoréxicas virem de famílias que apresentam algum tipo de psicopatologia.Muito comum também nestas pacientes a ausência de um relacionamento franco e harmonioso com sua mãe.
Não nos esqueçamos de que de perto todo mundo apresenta algum tipo de problemática. Nem sempre visível a olhos leigos.A família apresenta muitas vezes combustível suficiente para o desenvolvimento de muitas problemáticas psicológicas, esse transtorno alimentar é só um dentre muitos fabricados dentro do seio da família.
O paciente de anorexia apresenta a meu ver o sintoma mais grave para ser trabalhado psicoterapeuticamente que é o de não se enxergar doente, de não conseguir ou negar se enxergar como alguém que apresenta uma perda de peso extremo e doentio.
Muitas até aconselham outras pessoas a seguirem este ritual de negação à vida sem percebê-lo como no real ele se apresenta.
Muitas vezes a internação para reposição de nutrientes é imprescindível quando a magreza chega a níveis críticos de risco de vida.A psicoterapia junto com o aparato médico é fundamental, mesmo se sabendo que a medicação ainda é paliativa.Parece que por traz destas pacientes existe uma dificuldade de lidar com sua fragilidade infantil e muitas vezes demonstra que ela não se sente pronta a assumir e lutar por sua independência.
Pra você que tem uma necessidade de adaptar seu corpo às exigência cruéis da moda, um lembrete: O importante não é a forma do seu corpo, o importante é o que você faz com este corpo. Ele é objeto de satisfação ou só serve para você apresentá-lo como troféu sem usufruir do imenso prazer que ele pode te dar.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.
Inveja
Inveja: A doença mental do século
A modernidade nos oferece duas faces da moeda. Possibilidades de crescimento e desenvolvimento como também possibilidade de nos autodestruir ou sermos destruídos por seres que muitas vezes nos acompanham no nosso dia a dia. A política do invejoso é necrófila. Sua satisfação é a de que não consigamos chegar ao nosso objetivo. Que não alcancemos nossas metas, que sucumbamos a energia venérea (venérea) de seus desejos sórdidos.
Admirar o talento, a determinação a eficiência e a genialidade de alguém ou até às vezes se mirar como modelo, não tem nada a ver com inveja. O que devemos ter cuidado é com sanguessugas parasitas que estão perto de nós torcendo para que afundemos.
A inveja como quase todas as doenças mentais apresentam uma gradação. Ela vai desde a tentativa de passar a perna até o homicídio. Podemos ser sugestionados por um invejoso a atos que jamais pensaríamos fazer; principalmente quando este descobre nossa(as) fragilidades.
Quantas pessoas são arruinadas por estes Zés-ninguén. De repente nossa vida começa a dar para traz e a ultima coisa que pensaremos é que um invejoso(a) pode estar fazendo o que mais sabe fazer: Conspirar contra nossos ideais e atrapalhar a quem possui o que ele não tem, Talento.
Lembro-me de uma frase que descreve a “inveja como o sofrimento que se experimenta ao ver com outra pessoa aquilo que se deseja”. A inveja é sempre uma paixão baixa e infelizmente acompanha todas as relações interpessoais. Claro, em intensidades diferentes.
O nível de inveja de uma personalidade bem estruturada é absurdamente diferente do nível de alguém inferior no sentido do desenvolvimento psíquico
É necessário que entendamos que jamais conseguiremos satisfazer ou evitar que alguém com este tipo de patologia deixe de nos invejar.Muitas vezes estes tipos possuem uma condição sócio-econômica melhor de que a nossa, possue bens melhores do que os nossos,
gozam de uma posição social superior a nossa, mas mesmo assim não param de destilar seu veneno contra tudo e todos que inveja.
São verdadeiramente seres inferiores que não conseguem conviver com seu sentimento de inferioridade e seu baixo grau de auto-estima. Estas porcarias são encontradas em todos os lugares e em todas as profissões.
Muitas vezes convivem lado a lado com o poder, bajulando-o e se submetendo a todo o tipo de humilhação. Os invejosos sabem e muitas vezes nem sabem que lhes falta a principal ferramenta para exercerem o poder sem o receio de que alguém puxe o tapete que sustenta sua fraca estrutura que é a competência e o saber. A pose só mantém o poder até ser submetida a uma avaliação independente e criteriosa.
O mestre Freud já assinalava a grande dificuldade do homem de viver bem suas relações com a sociedade: Sua limitação como ser humano.Sua natureza instintiva que clama por um sim enquanto que o contexto social sobrevive do não. .
Se você leitor convive ou precisa conviver com este tipo de psicopatologia, cuidado porque enquanto esse relacionamento seja afetivo, cultural ou profissional existir, talvez o insucesso e o fracasso se tornem seu maior encosto.Exorcismo neles. !!
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.