25.11.06

Quando à vítima é a criança

Quando à vítima é a criança


Os Psicólogos que trabalham com saúde mental, estão cientes da dificuldade psico-emocional que o casal enfrenta ao lidar com separação e divórcio. A perda do vínculo, ou a necessidade desse vínculo pode debilitar a estabilidade psíquica de ambos ou apenas afetar uma parte deste casal. A parte mais afetada ou mais ofendida geralmente se manifesta de forma desequilibrada e muitas vezes psicopatológica. A dor sofrida, a frustração, o medo de enfrentar uma nova relação, o costume do convívio com àquele parceiro, as inseguranças muitas vezes existentes antes da relação marital pode proporcionar um desejo de vingança e de destruição total da imagem e da vida do parceiro. Muitas vezes a estratégia é programar os filhos para que odeie e se separe completamente daquele que apartir desse momento se tornará o inimigo número um da família; geralmente o pai( genitor alienado)
Estamos diante de um problema serríssimo que na maioria das vezes comprometerá a saúde mental desse filho(a) ou produzirá nele seqüelas penosas que o acompanharão por toda a vida. Convivência familiar equilibrada é tudo que filhos de casais separados necessitam para elaborar este luto existencial.Quando isto não acontece por uma convivência tóxica( deficiente) entre os pais separados, este filho(a) poderá ser usado como manobra, ou como ferramenta para esta vingança. Fazendo-o ferramenta passional de um jogo que o prejudicará psicologicamente e o fará pagar um preço por ter se posicionado contra alguém que nem sempre é detentor de todos os adjetivos maus a ele atribuído.
Estamos falando da síndrome da alienação parental que nada mais é do que o uso dos filhos como massa de manobra para uma vingança na maioria das vezes desproporcional e debilitada psicologicamente de sentido. É programar os filhos para que odeiem seu genitor alienado mesmo que não existam razões verdadeiras e compreensíveis que façam deste genitor alienado um perigo ou uma ameaça para o convívio. .
Muitas dessas crianças ao invés de serem protegidas e tratadas com muita compreensão e carinho, são usadas para que o genitor alienado (pai) sofra ou não consiga cumprir com o seu papel importantíssimo de cuidar dos filhos independente de estar separado da genitora. Estas crianças quando chegam a uma maioridade constatam que foram cúmplices de uma trama de ódio que apenas visava destruir um dos genitores, mesmo que fossem ditas mentiras e falsidades que não correspondessem à realidade dos fatos.
. Claro que sabemos que a ruptura de uma relação pode acarretar muito sofrimento e fazer com que o parceiro que se sinta penalizado ou rejeitado se manifeste de forma irracional. O que não podemos é deixar de levar em conta que esta problemática pode ser sofrida por alguém que neste momento tão dolorido e indefeso esqueça que a saúde mental dos filhos possa sofrer danos irreparáveis. São observados transtornos de identidade e imagem, depressões melancólicas, comportamentos anti-sociais, isolamento e dificuldade de relação interpessoal, alcoolismo e toxicomania. A culpa punirá estas crianças futuramente pela participação neste jogo de intrigas semeado única e exclusivamente pelo desejo de se vingar do parceiro.
È papel do Psicólogo jurídico analisar os pais desta criança e descobrir se existe fundamento nas críticas odiosas e fatais direcionadas ao genitor alienado.Ás vezes, elas tem fundamento e representam a verdade sobre a personalidade do genitor alienado. Outras vezes elas apenas representam a nossa dificuldade de ver o antigo parceiro numa qualidade de vida melhor do que quando vivia conosco.

Franklin Barbosa Bezerra - Psicanalista e Psicólogo jurídico
Supervisor da Clínica- escola do CESMAC e prof. de Psicologia Jurídica e Psicopatologia II

2 Comments:

At 8:40 AM, Blogger Kate said...

Ok!!! Perfeito!!! De fato ocorrem casos desta natureza, em que a parte "ofendida" tenta destruir a imagem da outra parte e aí, comprovadamente, a bagaceira sobra para a criança. Porém, tb acontece da parte "ofendida" não agir de forma infantil, digamos amenizadamente assim, e do mesmo jeito ocasionar sequelas nos filhos... E são sequelas caladas, que vão surgindo sem que ninguém perceba e vão aumentando até aparecerem e assustarem. Então, de qualquer foma, a criança será sempre a grande vítima, em menor ou maior grau. O bom mesmo seria que quem bem soubesse, cuidasse primeiro das condições e circunstancias de amparo às crianças; depois, tratasse do rompimento contratual ou coisa que o valha, afinal, ninguém deve ser obrigado a conviver com ninguém. O problema, é que o serhumano "nunca" está preparado para ponderar a situação de outrem mediante sua condição imediata.
Isto é só uma colocação pessoal, não uma contestação de seu texto, que por sinal é de ótima qualidade. Direto e esclarecedor como sempre. Parabéns!!!

 
At 3:49 PM, Blogger Lucinha said...

Seus textos são maravilhosos, assim como voce. Amo voce, meu marido!

 

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