16.11.06

O mundo sombrio das Depressões


O mundo sombrio das Depressões

Não pretendo com este artigo me aprofundar neste tema enigmático e doloroso, pois seria preciso vários artigos e muita reflexão pra que chegássemos a um mínimo entendimento do que é e do que representa esta problemática cada vez mais comum na modernidade.
Primeiramente, quero manifestar minha opinião de que independente do tipo de transtorno ou patologia que esteja por trás da depressão o apoio psicoterapeutico é imprescindível
Viver é um contínuo exercício de elaboração de luto.Estamos sempre nos frustrando, sendo passado para traz, perdendo pessoas significativas ou objetos que quase sempre representam muito para nós. Se nosso eu não conseguir nos defender do desprazer que essas perdas nos proporcionam ou pelo menos minimizar esse sofrimento poderemos sucumbir a um processo depressivo.
Sabemos que na maior parte das vezes quando a depressão não esta ligada a uma psicopatologia ela representa uma reação a algo vivido de forma traumática. Quando ela significa uma reação a uma situação conflituosa existencial, a um mal estar vivido com muito sofrimento afetivo, cuja consciência do sofrido se torne intolerável, chamamos de Depressão neurótica. Claro que isto não é facilmente enxergado, só com um processo de investigação psicológica que permita que o paciente entenda que existe a ligação de um episódio penoso por ele vivido e o desencadeamento da depressão. Neste caso o sucesso da psicoterapia será o máximo, pois geralmente nestes casos não se verifica a presença de fatores bioquímicos que alimentaram o episódio. Também chamamos de depressão circunstancial ou neurótica. O prognóstico é bom se o paciente tomar consciência do(os)
fatos importantes que o levaram a adoecer.
Outro tipo com maior dificuldade de tratamento são as depressões que acompanham as patologias mentais.Chamamos de Depressão endógena e verificamos nestas a presença
De fatores bioquímicos que alimentam e dificultam seu tratamento. Ela aparece nos processos psicóticos, nos distúrbios bipolares e de personalidade múltipla, na melancolia
e em alguns transtornos de personalidade. Para o leigo o mais importante é que ele saiba que existe medicamentos que auxiliarão no tratamento e minimizarão o sofrimento sem na maior parte dos casos curar.
Este mal pode estar por traz de mais de 780.000 óbitos por ano no mundo. Geralmente esta taxa altíssima de suicídio poderia ser diminuída se valorizássemos mais a queixa dos pacientes e assumíssemos uma postura menos indiferente ao paciente deprimido.
O sofrimento do deprimido só é devidamente avaliado se o profissional já foi vítima dele.
ou tem sensibilidade para entendê-lo. O mundo atual se apresenta como uma fábrica de depressão. O corre-corre diário, os rituais enfadonhos de sobrevivência, as frustrações afetivas na relação interpessoal, as expectativas infantis de que somos feitos de ferro ao invés de carne e osso. O limite do homem é sua própria humanidade; tentemos apenas encontrar uma forma mais prazerosa de viver, sem exigirmos mais do que temos para dar e deixando de esperar dos outros aquilo que nem possuímos.
Muitas vezes a cura pra muitos tipos de mal, principalmente a depressão, pode estar numa boa prática esportiva, numa investida amorosa ou numa balada telúrica nos sábados à noite. Pense no mais simples e descobrirá que talvez a cura esteja dentro de você. Descubra o mais depressa possível e seja feliz, pelo menos até que vida lhe apronte mais uma.!!!
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC. .