16.11.06

Biofilia


Biofilia: Uma ode a vida bem vivida


O instinto de vida e o instinto de morte Fazem parte da chamada biologia normal da espécie humana.Entre eles é travada uma batalha cotidiana para que um se signifique mais que o outro. Isto quer dizer que todos possuímos. O que fará que um deles seja mais poderoso do que o outro, que determine comportamentos “bons” e nos proporcione uma tendência criativa, produtiva ao invés de destrutiva e improdutiva é a dinâmica afetiva familiar equilibrada, repleta de liberdade, ternura e disciplina.
O amor à vida é por demais contagioso, ele se comunica além-verbal, ou seja, o olhar, os gestos, a coerência postural pode ser decisiva na introjeção e incorporação desse amor pela criança.
A biofilia é uma manifestação de equilíbrio psicoemocional, é uma prova de que possuímos uma estrutura sólida e capaz de combater toda a destrutividade que possuímos nos nossos porões da mente. Tudo que presta e também o que não presta faz parte da natureza humana.
Tentamos freneticamente encontrar o mal fora de nós e infelizmente nos deparamos com ele dentro e muitas vezes juntinho de nós. Não nos esqueçamos de que cada vez mais o homem se diverte com a miséria dos outros, naturaliza a violência e assume uma postura quase anafetiva em relação ao sofrimento alheio.
Os programas de auditório estão cheios de humilhação e de agressões que na minha opinião são fabricadas, mas que conseguem uma audiência cada vez maior. Os programas policiais usando músicas sensibilizadoras oferecem um universo de carnificina e cenas terrorríficas ao nosso minguado almoço. Psicanalistas têm estudado como é nefasto para a saúde mental, assistir filmes, documentários ou programas que contém cenas de morte ou sofrimento nas horas de dormir ou de nos alimentarmos; esta hora é de suma importância a existência do mínimo de estímulos negativos e penosos, pra que possamos viver o prazer desses momentos vitais para nossa saúde.
A modernidade tem demonstrado que a nossa sociedade é cada vez mais refém do desprazer e da ode ao sofrimento.Milhares de pessoas vivem existências enfadonhas e tediosas, onde o prazer de viver é tão negado que nada as excita mais do que asssistir programas sobre violência, ler a respeito de mortes, de acidentes, ou de doenças malignas.
Ter uma atitude biofílica é se posicionar a favor da paz do crescimento da liberdade e da vida. È enfrentar os desafios com determinação e garra. Mesmo sabendo que na nossa republiqueta de bananas o corrupto, o escroque e o prostituto do poder tem mais condição de chegar ao sucesso do que o trabalhador sério e digno.
Não desejo aconselhar ninguém, só peço que você reflita sobre seus valores, seus objetivos e suas metas. Não perca de vista a imensa importância que a sua opinião e o seu entendimento tem e como pode ajudar a você e os outros. Amar a vida só é possível quando amamos a nós mesmos. Ame-se, curta-se e procure viver intensamente seu dia, porque talvez, além de hoje você não tenha outra chance. Não se esqueça de que sua única culpa é se sentir culpado.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.