16.11.06

Serial Killer: Monstruosidade ou Patologia



Serial Killer: Monstruosidade ou Patologia

Atualmente a mídia tem se deparado com casos criminais que evidenciam a existência de “seres humanos” que são capazes de atrocidades e crueldades, contra seres indefesos ou que jamais viram ou conviveram. Muitas vezes são criminosos que aparentemente convivem satisfatoriamente em sociedade, nunca cometeram nada que os dasabone ou os coloquem como suspeito de possuírem uma personalidade cruel ou dissimulada. Encontramos outros que parecem implodir numa fúria cega e destemida; tamanha violência e brutalidade que até aos mais próximos fica difícil de acreditar; estamos falando da personalidade criminal conhecida como Serial Killer. Esta personalidade geralmente é difícil de diagnosticar pois apresenta um comportamento hominicida brutal geralmente imotivado. Existem muitas formas de destruir alguém, formas muito mais cruéis do que assassinato, mais o que mais nos chocamos é a passagem ao ato na forma homicida, quando isto acontece, necessitamos avaliar se o homicida é organizado mental ou portador de alguma doença mental.
Existem patologias mentais que podem estar por trás de um serial killer, como certos tipos de esquizofrenias, psicose paranoide, ou também para alguns a epilepsias condutopática; no entanto, por mais difícil que pareça, a maior parte deles não possui nenhuma doença mental, são seres organizados mentalmente, não apresentam o que mais caracteriza as doenças mentas, que são as alucinações e delírios, apresentam geralmente ausência de afeto e senso moral, um caráter exibicionista, calculista e manipulador.
São verdadeiros mestres da camuflagem, são meticulosos e ardilosos na execução do crime e na ocultação de evidencias que possam prejudicá-los; tudo isso por que são afetados por algo que sempre nos denunciam: a ansiedade antecipada, vulgarmente falando, são frios o suficiente para serem interrogados e acusados por algo que sabem que cometeram mas que não manifestam nenhuma emoção. Geralmente apresentam uma incapacidade de autocrítica e uma forma amoral de julgar normas e códigos sociais; são extremamente otimistas e sedutores.
O poder de sedução é sentido através da identificação que muitos sentem por estes tipos; por que será que muitos serial killers possuem um fã clube tão apaixonado e fiel? Por que recebem tanta proposta de casamento? Por que alguns são protegidos e defendidos por cidadãos acima de qualquer suspeita?
O importante é que não esqueçamos de que o serial killer organizado mentalmente é um ser anti social sem necessariamente apresentar uma conduta antisocial. Eles precisam para ser aceito de um comportamento social que não os denigra, pelo contrario, precisam ser vistos como educados bons vizinhos, às vezes até bom pai e um bom marido, tudo faz parte da camuflagem. Todas as profissões estão cheias destes seres humanos, eles estão em todo lugar, o que constantemente os denunciam é a aversão que manifestam contra figuras de autoridade, códigos sociais e normas de convívio social.
Só são corretamente diagnosticados se passarem por avaliações psicológicas e psiquiátricas precisas, muitas vezes necessitando também de uma analise neurológica.
Apesar de inúmeras tentativas de encontrar sua origem na genética, os cientistas têm reconhecido que a origem está mais ligada a uma dinâmica afetiva familiar deficiente, a muita indiferença e muita violência familiar. Apesar de possuírem, desde que organizados mentalmente uma criatividade, muito ritualismo e muita capacidade para ocultar provas, quando os órgãos de segurança se empenham na sua caça eles são presos; eles só não serão capturados se alguém que se destinou a procurá-los não consiga vencer a identificação com eles ou com o que eles fizeram.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.

1 Comments:

At 12:22 PM, Blogger RO NOBRE said...

MUITO BOM!!!!!
E BEM O ASSUNTO QUE VIMOS NA MATÉRIA PERSONALIDADE CRIMINAL
NÃO É MESMO PROFESSOR

 

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