20.11.06

Preconceito



Preconceito

Esta modalidade de atitude frente a algo ou alguma coisa que às vezes até desconhecemos é quase sempre criminógena.
Vivemos num mundo tão hipócrita que muitas vezes afirmamos que não o temos, mas nosso corpo, nossos tropeços e nossas incoerências confirmam o tempo todo sua existência em nossas vidas. O problema não é deixar de tê-lo, já que isto é impossível. O importante é sua gradação e sua intensidade dentro de nós.
Quando vemos o nosso país nos deparamos com ele manifesto de forma covarde e ignorante. O preconceito racial no Brasil é camuflado, ridículo e incoerente.Os primeiros brancos que formaram o povo brasileiro quase que em sua maioria eram marginais, criminosos que vieram para o Brasil como única condição de não ser executado,nossas primeiras branquinhas eram em sua maioria putanas do reino de Portugal. Depois é que Portugal manda um navio de moças virgens para tirar da cabeça dos colonizadores portugueses as belas e faceiras índias e negras que tanto os fascinavam.
Com isto não estou desmerecendo o papel da raça branca no Brasil, estou apenas colocando os nossos primeiros brancos, vindos quase sempre da parte norte de Portugal e dos presídios no seu devido lugar. No Brasil a raça negra apresenta várias apresentações: temos os morenos os cafuzos os mamelucos todos negros na raça e cria deste país absurdo que ainda não conseguiu gostar de si mesmo.
O preconceito é algo tão psicopatológico que parece que tira nossa razão e altera nosso juízo. Outro tipo de preconceito letal é a homofobia (fobia aos homossexuais), que
representa outro objeto de projeção para atitudes persecutórias criminosas. Os psicanalistas têm descoberto na clínica a origem da homofobia em desejos reprimidos e dificuldades de se lidar com a verdade dos desejos. A relação de destrutividade entre agressor e agredido, na maioria das vezes simbolizando a dificuldade do homem de lidar com o que deseja, mas não assume. Agredir o outro simplesmente porque ele faz o que você gostaria de fazer, vive o que você gostaria de viver é provar a assertiva maior de que: Quem vive bem sua sexualidade, aprende a respeitar e entender alguém que vive algo diferente da sua, sem sentir necessidade de destruí-lo.
Finalmente o preconceito pelos portadores de doença mental. Doença mental não é crime, é condição de vida.A sociedade deveria se envergonhar do descaso e da falta de atenção que é dada a estas pessoas que lutam por um espaço digno para sobreviverem. Viver sem preconceito é reconhecer que somos diferentes, temos deficiências, fragilidades e que de perto todos temos traços psicopatológicos. Deixemos de lado a estúpida e fabricada frase: Somos imagem e semelhança de Deus e nos conscientizemos de nossa fragilidade patética e de que somos imperfeitos e despreparados. Necessitamos acreditar num mundo ideal, num futuro feliz e gratificante para conseguirmos sobreviver ao nosso mundinho sombrio e caótico.
Vamos tentar lutar contra o poder nefasto do preconceito, que tanto nos atanaza e nos faz sofrer. Parafraseando um ousado dramaturgo brasileiro que ao perder um irmão vítima do preconceito vocifera: O preconceito é a anti-câmara do assassinato. Aos preconceituosos de carteirinha meus pêsames e um péssimo ano novo.!!!!!!

Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Clínica-Escola do CESMAC Prof. de Psicologia Jurídica e Psicopatologia II.

1 Comments:

At 12:11 PM, Blogger Cantini said...

Parabéns pelo blog!

Precisamos de pessoas que reflitam sobre os mais variados assuntos e ajude a construir uma sociedade melhor e mais justa.

Convido-o a visitar meu blog:

www.rcantini@blogspot.com

Abs!

 

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