Tipos curiosos de caráter
Tipos curiosos de caráter
A clínica psicanalítica possibilita um convívio cotidiano com tipos curiosos de
caráter. O trabalho de reestruturação é um trabalho difícil e só atingirá o sucesso se as partes: analista/paciente assim o desejarem.
No trabalho analítico nos deparamos com três tipos singulares de caráter: exceções, arruinados pelo êxito e o erotômano.Estes dentre outros são a meu ver os mais impressionantes. Exceções representam o comportamento de algumas pessoas que alegando terem sofrido em demasia, reivindicam privilégios especiais.Esta alegação significa uma afirmação de que o sofrimento existencial desta pessoa faz dela alguém especial.
O trabalho clínico que proporcionará ao paciente possibilidade efetiva de caminhar com seus próprios pés, de conviver com suas potencialidades e suas limitações, de ser tolerante nas relações interpessoais e junto com o analista finalizarem seu processo de análise, fica comprometido com este tipo de caráter. Passamos uma grande parte da nossa vida construindo uma imagem social, que às vezes representa pouco daquilo que somos ou que podemos ser. Muitas vezes esta imagem social representa uma forma de convivermos com aquilo que somos, mas não sabemos, outras vezes representa uma fuga do que somos por não termos coragem de aceitar que somos. Outras vezes nos fechamos para novas experiências com medo de que situações novas nos desestabilizem.Este tipo de caráter por se posicionar como vítima, pode começar a exigir compensações e consolos que inviabilizariam completamente seu progresso e seu crescimento como pessoa.
Outro tipo pitoresco é o arruinados pelo êxito. Este caráter se manifesta pelo adoecimento do paciente quando alcança o tão anunciado e tão proclamado sucesso. Como exemplo poderíamos citar alguém que passa toda a sua vida lutando para conseguir uma posição profissional privilegiada, ou alguma realização financeira imensamente desejada; no momento que esta ocupa este lugar ou esta posição ela adoece e se fragiliza, dando a entender que a felicidade em alcançar tão sonhado objetivo se torna intolerável. O êxito e o sucesso para este caráter é motivo para desequilíbrio e patologia.
Percebam nestas apresentações de caráter que não possuímos o tão sonhado controle de nossas mentes, tudo não passa de uma ilusão. A mente tem uma lógica própria que muitas vezes nos choca e nos faz lembrar a sofrida ferida narcísica sofrida pelo homem ao entrar em contato com a assertiva freudiana: “O homem não é senhor de sua própria mente’”.
De todos os citados, talvez, o mais complexo seja o caráter erotômano.
Neste a pessoa tem a idéia fixa de que todo o mundo a ama. Todo o amor do mundo deve ser dirigido a ela e quando isto não acontece se sente roubada. Por fazer parte de um delírio onde a certeza e não a hipótese de certeza está presente, reações agressivas podem ser deslocadas contra quem “nega” este amor. Imagine que sofrimento para esta pessoa que acredita que todo o amor do mundo lhe pertence, vivendo num mundo onde às vezes, pessoas mais próximas nos invejam, conspiram e não toleram nosso bem estar, esperando uma possibilidade de ver a nossa ruína. Deixo para a reflexão dos senhores é que ninguém pode ser impecável ou perfeito, devemos é nos assumir como criador de nossas próprias escolhas e pagarmos o preço por elas.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.
A clínica psicanalítica possibilita um convívio cotidiano com tipos curiosos de
caráter. O trabalho de reestruturação é um trabalho difícil e só atingirá o sucesso se as partes: analista/paciente assim o desejarem.
No trabalho analítico nos deparamos com três tipos singulares de caráter: exceções, arruinados pelo êxito e o erotômano.Estes dentre outros são a meu ver os mais impressionantes. Exceções representam o comportamento de algumas pessoas que alegando terem sofrido em demasia, reivindicam privilégios especiais.Esta alegação significa uma afirmação de que o sofrimento existencial desta pessoa faz dela alguém especial.
O trabalho clínico que proporcionará ao paciente possibilidade efetiva de caminhar com seus próprios pés, de conviver com suas potencialidades e suas limitações, de ser tolerante nas relações interpessoais e junto com o analista finalizarem seu processo de análise, fica comprometido com este tipo de caráter. Passamos uma grande parte da nossa vida construindo uma imagem social, que às vezes representa pouco daquilo que somos ou que podemos ser. Muitas vezes esta imagem social representa uma forma de convivermos com aquilo que somos, mas não sabemos, outras vezes representa uma fuga do que somos por não termos coragem de aceitar que somos. Outras vezes nos fechamos para novas experiências com medo de que situações novas nos desestabilizem.Este tipo de caráter por se posicionar como vítima, pode começar a exigir compensações e consolos que inviabilizariam completamente seu progresso e seu crescimento como pessoa.
Outro tipo pitoresco é o arruinados pelo êxito. Este caráter se manifesta pelo adoecimento do paciente quando alcança o tão anunciado e tão proclamado sucesso. Como exemplo poderíamos citar alguém que passa toda a sua vida lutando para conseguir uma posição profissional privilegiada, ou alguma realização financeira imensamente desejada; no momento que esta ocupa este lugar ou esta posição ela adoece e se fragiliza, dando a entender que a felicidade em alcançar tão sonhado objetivo se torna intolerável. O êxito e o sucesso para este caráter é motivo para desequilíbrio e patologia.
Percebam nestas apresentações de caráter que não possuímos o tão sonhado controle de nossas mentes, tudo não passa de uma ilusão. A mente tem uma lógica própria que muitas vezes nos choca e nos faz lembrar a sofrida ferida narcísica sofrida pelo homem ao entrar em contato com a assertiva freudiana: “O homem não é senhor de sua própria mente’”.
De todos os citados, talvez, o mais complexo seja o caráter erotômano.
Neste a pessoa tem a idéia fixa de que todo o mundo a ama. Todo o amor do mundo deve ser dirigido a ela e quando isto não acontece se sente roubada. Por fazer parte de um delírio onde a certeza e não a hipótese de certeza está presente, reações agressivas podem ser deslocadas contra quem “nega” este amor. Imagine que sofrimento para esta pessoa que acredita que todo o amor do mundo lhe pertence, vivendo num mundo onde às vezes, pessoas mais próximas nos invejam, conspiram e não toleram nosso bem estar, esperando uma possibilidade de ver a nossa ruína. Deixo para a reflexão dos senhores é que ninguém pode ser impecável ou perfeito, devemos é nos assumir como criador de nossas próprias escolhas e pagarmos o preço por elas.
Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica do CESMAC, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.
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