25.11.06

Transexualismo


Transexualismo é uma desordem pouco comum, na qual alguns sujeitos anatomicamente normais recusam, de modo explicito, o sexo e a identidade civil que têm de serem homens e mulheres. Alguns pesquisadores acreditam em causas psicológicas, outros em causas biológicas. O pensamento cientifico atual tem considerado o somatório de ambos os fatores como sendo o que mais explicaria o fenômeno.
Segundo Robert Stoller: “Esta estrutura de caráter aparece de forma quase completa e inalterável por volta dos primeiros anos de vida.”Observou que, por volta do primeiro ano de vida, ele desenvolverá as raízes fundamentais e aparentemente inalteráveis de sua masculinidade ou feminilidade.
A criança transexual começa a mostrar sua extrema feminilidade por volta dos dois a três anos, embora os primeiros sinais possam aparecer até mesmo no primeiro ano de vida. Á medida que a criança cresce, sua feminilidade floresce encorajada pelos pais, especialmente pela mãe que, as vezes, parece não “enxergar” e afirmar abertamente a satisfação e a alegria de ver o filho vestido com roupas femininas e dizendo que quer ser menina. Que estrutura de personalidade “teria” uma mãe que reage com tanta naturalidade a um acontecimento tão atípico como este?
Robert Stoller também observou que, apesar de o travestismo ser uma atividade preferida e deleitosa, não é uma experiência erótica para esses meninos. O vestir-se de mulher não provoca excitação nem ereção do órgão genital, nem outras evidências de excitação sexual. Eles raramente se masturbam, procuram sentar-se para urinar para urinar como mulheres, muitas vezes escondem o genital entre as pernas enquanto andam nus pela casa. Muitos, raramente se entregam às relações sexuais, e a maioria afirma ter poucas ereções e orgasmos por ano. Para Stoller, a bissexualidade dos transexuais consiste: neles serem homem anatomicamente normais, reconhecidos por todos desde o nascimento, os quais nos primeiros anos de vida já apresentam um comportamento feminino.A sensação de ser profundamente feminino no coexiste com a consciência do fato de serem homens. Como adultos tentam de todas as maneiras mudar de corpos,buscam ser reconhecidos como mulher divina. O ideal buscado é o da completude da unidade total, ser uma beleza incompatível, a perfeição absoluta. A convicção do transexual e a rejeição de sua genitália o levam a mastectomia, uma pan-histerectomia, aplicação de silicone e de hormônios femininos. Tudo para parecer cada vez mais com “este” ideal de beleza feminina que ele tanto deseja.
Todos essas tentativas só reforçam o delírio e a confusão entre o órgão genital masculino e o FALLUS. A cirurgia de mudança de sexo se transforma na única alternativa pelo horror que sentem diante da sexualidade. Um paciente pode, pós operatoriamente, descobrir que cometeu um erro do qual não pode retroceder. Geralmente, é a partir deste engano que vemos aparecimento de psicoses, neuroses, depressões, tentativas de suicídio, criminalidade e prostituição; como também complicações médico-legais. Este tipo de cirurgia, também chamada de Reatribuição sexual, deve ser recorrida só após uma avaliação criteriosa de uma equipe multiprofissional formado por psicólogos, psiquiatras, neurologistas, endocrinologistas, geneticistas e cirurgiões. O importante é afastar qualquer possibilidade de que o paciente seja portador de alguma doença mental.

Franklin Barbosa Bezerra – Psicanalista e Professor/Supervisor da Pós-graduação em Psicologia Jurídica da FAL, Supervisor da Clinica/Escola do CESMAC.

franklin.bezerra@hotmail.com